quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Família e imprensa cobram justiça pela morte de operador de vídeo


Manoel pode ter sido vítima de execução

Familiares e amigos protestam em frente ao quartel

Imprensa faz perguntas ao major Sérgio Pastana

João, pai da vítima, quer justiça

Major Sérgio Pastana lamentou o fato e quer que tudo seja esclarecido

Delegado Miranda diz que a verdade será mostrada

Familiares e colegas de imprensa do jovem operador de vídeo do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) Manoel da Costa, 25 anos, o Manoelzinho, nascido em Vargem Grande (MA), estiveram no quartel da Polícia Militar na manhã desta quinta-feira (13) para saber do comando da PM que atitudes estão sendo tomadas após a suposta execução cometida por componentes de uma guarnição do Grupo Tático, contra o profissional de imprensa, na madrugada do último sábado (7), por volta das 2h30.
O major Sérgio Pastana atendeu em uma sala aos repórteres e três familiares do jovem. Primeiramente o oficial pediu desculpas pelo ocorrido e disse entender a revolta da família. Pastana sintetizou o episódio como lamentável.
“Tomamos todas as medidas e apresentamos os policiais, assim como as armas usadas por eles no dia do ocorrido. Todos os crimes dolosos são apurados pela justiça comum e a Polícia Civil já está iniciando a investigação e ouvindo as pessoas que assistiram toda a situação”, informou o major.
O oficial ainda disse que a polícia está à disposição da família para esclarecer os fatos. Sérgio também ressaltou que os policiais não são treinados para cometer tal tipo de ato, se é que realmente isso aconteceu. “A Polícia Militar não forma caráter de ninguém. Quando a pessoa passa no concurso público para exercer a função de policial, ele já tem um caráter construído”, observou o major.
Questionado pela imprensa de uma possível falta de preparo dos policiais, o major disse que todos passam por 10 meses de preparo antes de irem às ruas, não apenas na questão de disparar tiros, mas também no psicológico e educação nas ruas. Sérgio enfatizou que foram solicitados exames de pólvora combusta e balística pelo delegado Antônio Gomes de Miranda Neto.
Em uso da palavra, uma prima da vítima informou ao major que após a denúncia da família de que Manoel foi executado, algumas viaturas estão passando com freqüência em frente à residência da família enlutada, como uma forma de intimidação. Sérgio Pastana prometeu averiguar a situação e esclareceu que esta ordem não é dada pelo comando.
Até que seja concluída a investigação da Polícia Civil, os policiais envolvidos na operação que culminou a morte do jovem, cabo Azevedo, soldados Nogueira, Gilberto e Lopes, estão afastados das ruas.
João da Costa, pai da vítima, disse esperar por justiça em relação à morte do filho. “O que podemos fazer é esperar o desfecho da situação. Queremos justiça e talvez isso, de hoje em diante, possa aliviar a minha dor. Não consigo almoçar e nem jantar por causa disso que aconteceu com meu filho”, lamentou o pai desolado.
Na frente do quartel, familiares e amigos levantavam faixas e cartazes com frases clamando por justiça.
Inquérito já tem duas versõesEm coletiva com a imprensa, o delegado Antônio Gomes de Miranda Neto, que está presidindo o inquérito, informou que nesta semana foi acrescentada mais uma versão aos autos. De acordo com a autoridade, duas testemunhas rebateram a versão que foi dita pelos policiais. Elas afirmaram inclusive o que a imprensa veiculou em jornais impressos e televisivos, que pode ter acontecido a execução contra o profissional.
Miranda enfatizou que a Polícia Civil trabalha com provas e não informações ditas de boca a boca. Para o delegado, as provas da perícia serão de suma importância para o desfecho das investigações. “Iremos trabalhar apenas com a verdade e uma das duas vertentes, é de fato a verdade”, concretizou o policial.
Relembre o casoNa madrugada do último sábado (7), Manoel estava armado com um revólver calibre 38, às proximidades da Praça do bairro Liberdade I, quando a viatura do Grupo Tático chegou ao local com a intenção de abordar o rapaz. Segundo informações dos policiais, Manoel correu e disparou contra a polícia, houve troca de tiros e ele findou sendo morto com dois tiros no peito. Policiais trabalharam com auto de resistência a prisão por parte de Manoel.
A família da vítima logo foi contra a versão policial e noticiou a imprensa que Manoel realmente estava armado, porém, não disparou contra a polícia. Familiares ressaltaram que o rapaz jogou a arma no chão e deitou declarando rendição. No decorrer do fato, policiais se aproximaram do operador de vídeo, pisaram na cabeça dele, e dispararam duas vezes contra o peito da vítima, ocasionando a morte minutos depois.

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Vinicios Nogueira
Parauapebas, Pará, Brazil
Sou repórter há mais de seis anos em Parauapebas. Cedendo matérias para os Jornais Correio do PArá, Regional, HOJE (Parauapebas) e O Liberal (BElém). Já rodei algumas cidades do Brasil em função da minha profissão e também adquiri experiências com outros jornalistas.. Vou evitar colocar muitas coisas pessoais na minha descrição, porém, sou uma pessoa normal com algumas virtudes e defeitos.. Grande Abraço e obrigado pela visita..
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